Já estávamos no 5º dia da travessia, reservado para atravessar o espetacular deserto de areia preta o Maellifelsandur. Depois de passarmos a montanha Maelifell chegámos ao refúgio de Strutur onde íamos começar uma das mais difíceis jornadas de toda a viagem. O guarda do refúgio tinha dito que o caminho era difícil, mas até se fazia de bicicleta, mas a realidade foi outra! Tínhamos 7kms pela frente por uma pista abandonada quase invisível.
Atravessar os Alpes em fora-de-estrada já era algo que há muito vínhamos a pensar. Já conhecíamos parte deles em viagens de turismo e montanhismo, mas nunca nos tínhamos aventurado além das estradas. No entanto, pelas imagens e filmes que tínhamos visto ao longo dos anos sabíamos que era uma viagem possível e impressionante de se fazer. E assim foi, 2019 seria o ano dos Alpes.
Para a primeira vez decidimos não ir acampar e ficar em casa de amigos no Pinhal Novo. Definimos um percurso que fosse o máximo por caminhos de terra , preferencialmente não muito difíceis mas esta é uma questão sempre difícil de fazer à distância e evitando estradas muito movimentadas.
Vimos agora falar-vos deste novo conceito de viagens que estamos a começar. Na realidade não é diferente do que já fazíamos, só muda o veículo que usamos. E claro toda a gestão que isso implica. Falamos pois de viagens de bicicleta. Ainda somos muito verdes nisto de modo que vamos começar por uma introdução, falar-vos de onde surgiu a ideia.
Estávamos no 11º dia de viagem, 9 dos quais em TT pelos Pirenéus. A última noite foi especialmente difícil, só conseguimos parar às 22h. Zona muito turística e com muitas interdições nos caminhos fora do principal. E o dia de hoje não parece diferente, foi aliás a pista mais turística por onde passámos, a que liga Esterri d’Aneu a Baqueira.
Este ano o destino de férias foi repensado várias vezes. O covid veio mudar os planos de muitas pessoas e os nossos não foram exceção.
No verão tínhamos em mente o Cabo Norte como destino, obviamente tivemos de deixar esta ideia de lado, mas ele aguarda-nos numa outra altura 💪
Decidimos refugiar-nos no meio das montanhas e fugir das pessoas, o que com o nosso estilo de viagem não é difícil. Levar a casa às costas facilita muito quando se fala em poder estar uns dias sem ter de ir à “civilização” 😅
Foi uma experiência marcante para nós, algo que já queríamos há muito tempo e que finalmente se concretizou! O Mário é amante de neve, faz caminhadas desde novo, e tinha o sonho de fazer esta actividade com os filhos ainda antes de os ter 🙈 sentiu-se super realizado, e já tinha idealizado as fotografias que queria tirar e tudo, o local do acampamento não foi o que se tinha imaginado, mas a fogueira deu um encanto igualmente especial ao que ele queria, e conseguiu tirar a fotografia da vida dele com ele próprio o diz (ver artigo)!
Aproveitámos os miúdos terem adormecido rápido e decidimos o que fazer nos dias de férias que nos restam! A ideia principal quando viemos era fazer o percurso pelos Alpes franceses até ao Mónaco, a partir daqui estava em aberto! Podíamos ir visitar uma cidade, ficar a fazer praia pelo sul, continuar a fazer mais offroad pelos Alpes, estavam muitas hipóteses “em cima da mesa”.
Chegámos entretanto ao famoso túnel de Parpillon que é assustador e incrível ao mesmo tempo! É curto, faz-se bem, mas imaginar que estamos a atravessar uma montanha daquela dimensão… 😅 A chegada ao final do túnel é muito bonita, parece a entrada num vale encantado! Acabámos por acampar mesmo ali à saída do túnel, a 2600m de altitude, um local impecável para pernoitar e com uma vista maravilhosa!
As férias deste verão tinham de ser até um destino não muito longe, uma vez que só tínhamos duas semanas seguidas. E como já tínhamos ido a Marrocos este ano, também não dava jeito gastar muito dinheiro. Decidimos ir até aos Alpes, percorrer aquelas montanhas no máximo de off-road possível pareceu-nos um excelente projecto 😉