O problema de escrever sobre viagens que já aconteceram há algum tempo é que falham alguns pormenores, e isso realmente enerva-me, mas adiante…! Não gosto de deixar “coisas” a meio, por isso tenho de acabar de vos contar como foram as férias de verão de 2018, embora tenha tanta mas tanta vontade de começar já a contar-vos como foi a viagem aos Alpes 😊 Mas cada coisa a seu tempo, vamos lá recordar a viagem do ano passado, que também foi fantástica e digna de ser relatada!
Não podíamos ir à Escócia e não ir ver o Viaducto de Glenfinnan, o famoso viaducto do comboio que leva os alunos para a escola de Hogwarts nos filmes do Harry Potter. Conseguimos estacionar +/- perto e fizemos uma pequena caminhada até lá. Há um caminho a subir até um ponto alto, onde as pessoas ficam à espera de ver o comboio passar. Nós não ficámos uma vez que estava meio a chuviscar (para não variar) e com os miúdos era chato ficarmos ali, mas ainda vimos um dos comboios modernos a passar na ponte.
As estradas na Escócia são estreitinhas e sempre delineadas por paisagens muito bonitas, apesar do mau tempo é impossível não salientar a beleza de tudo o que nos envolveu durante aqueles dias que viajámos por lá. Fizemos a famosa North Coast 500 que contorna toda a zona norte da Escócia e muitas outras, algumas nem têm saída mas não cansa nada ir e vir pelo mesmo caminho porque a paisagem é tão bonita que ao ir e vir pelo mesmo caminho não nos escapa nenhuma das perspectivas!
Passámos por Eilean Castel, estacionámos perto, e por sorte, entrámos num edifício que tinha as portas abertas e que nos parecia um mercado de artesanato mas também tinha algumas bancadas de gastronomia tradicional. Sentámos-nos e fomos aconselhados para escolher algo típico da Escócia, o Haggis. Foi uma agradável surpresa e ainda bem que só soube o que estava a comer no final. Aquilo soube incrivelmente bem.
Os locais para campismo selvagem não eram propriamente fáceis de encontrar, conseguimos ficar em alguns mas o nosso objectivo era termos ficado mais vezes assim. Os caminhos tinham muitas vezes letreiros a proibir a dormida e por vezes acontecia que o local era ideal para acampar, mas para quem não precisa de ter o carro por perto, ou seja, estacionamento para o carro de um lado, atravessar um rio e depois grande descampado onde se podia colocar a tenda. Vimos imensas pessoas a fazer campismo selvagem nestes moldes, mas para nós não dava mesmo, com os dois miúdos é impossível acampar sem termos o carro ao nosso lado.
Sobre campismo selvagem, tivemos uma mega aventura…à noite chegámos, montámos tudo, jantámos, tudo impecável. No outro dia de manhã, o Mário acordou e saiu da tenda para ir tirar as fotos matinais dele e de repente entra na tenda super aflito a dizer “temos um problema, temos de sair daqui rápido e com cuidado, está tudo cheio de mosquitos lá fora!”. Quando ele diz cheio de mosquitos eu imagino alguns e tal, pensei que ele devia estar a exagerar, mas não, estava mesmo tudo cheio, quase não se via nada com tantos mosquitos! Vesti os miúdos, tapei-os bem e saímos da tenda directos para o carro. Só o facto de abrir a porta fez com que o carro ficasse cheio de mosquitos, tivemos de abrir as janelas e andar um bocado com alguma velocidade para que saíssem e mesmo assim não saíram todos. Depois o Mário foi desmontar a tenda e o anexo sozinho, coitado, foi “comido” pelos mosquitos. Mesmo com a cabeça e pescoço cobertos com o carapuço do casaco, eles entravam e picaram-no todo, as pernas então nem se fala, ele estava de calções. Bem foi uma aflição que nem imaginam Andámos com mosquitos enfiados nos rebordos dos vidros e junto ao espelho até quase ao final da viagem!
Seguimos viagem em direcção à Ilha Skye, onde as paisagens de cortar a respiração continuam a surgir umas atrás das outras. Toda a ilha é muito bonita para visitar mas há três locais mais conhecidos e visitados. Um deles é “The Storr”, uma colina rochosa que dá para visitar numa bela duma caminhada que nós não fizemos. Ficará para outra visita…! As caminhadas foi algo que não conseguimos fazer nesta viagem, com grande pena nossa. O Miguel estava naquela fase chata, muito pesado para ir às costas e ainda não aguenta uma grande caminhada a pé, e estava mesmo muito frio e o mais complicado, chovia bastante, o que para uma caminhada com um bebé de 2 meses não é um match muito perfeito
Outro dos locais é uma cascata para o mar, Kilt Rock e por fim “The Quiraing” que também merecia uma caminhada brutal mas que mais uma vez não fizemos Só para para terem ideia, aqui o Mário quando abriu a porta do carro, íamos ficando sem ela Ele teve de agarrar bem na máquina fotográfica e andava de lado
No norte da Escócia visitámos algumas praias e numa delas aproveitámos e fizemos uma pequena caminhada por lá. Sempre que conseguíamos caminhar um pouco aproveitávamos, para o Miguel gastar energias e brincar, a ver se esquecia um pouco do tédio do carro quando não podíamos mesmo parar.
Visitámos a gruta de Smoo en Durness, mais um local que deu para passear por lá.
De seguida passámos pelo Lago Ness, e fomos ver o famoso castelo de Urquhart. Não entrámos, vimos do parque de estacionamento. Nesta viagem houve muitos locais em que não quisemos entrar, eram muitos dias de viagem e tínhamos de poupar em algum lado. E sinceramente há certas “coisas” que tem uma vista muito mais bonita ao ser observada de fora, de cima, do que estando lá dentro. Este castelo achámos que não seria dinheiro bem empregue, uma vez que se pagava para ir até lá porque se passava num pequeno museu e museus deste género não são apropriados ainda para o Miguel e por isso passaríamos tudo a correr. A Escócia foi uma viagem muito de paisagens, de vistas.
Das cidades maiores, optámos por Edimburgo, estava mais em caminho e daquilo que pesquisámos cativou-nos mais. Adorei! Uma cidade muito pitoresca, gosto da parte medieval, das ruas cheias de alegria, cheia de pessoas ligadas ao teatro, artes de entretenimento, música, dança, etc e que animam quem por lá passa. Fomos ao castelo, que é enorme e vale mesmo a pena a visita, subimos a Calton Hill, percorremos a Royal Mile, passámos pelo café onde nasceu Harry Potter pelas mãos de J. K. Rowling, visitámos o Palácio Holyroodhouse, passeámos pelas ruas junto ao castelo , nas quais parecemos inseridos numa outra época, são mesmo diferentes, acolhedoras e muito bem conservadas. Não podia faltar uma visita ao Museu de História Natural, o Miguel é doido por animais e esqueletos gigantes, tínhamos mesmo de ir ali, ele ficou radiante! Ficaram algumas coisas por ver, mas o tempo não dava para tudo. Tínhamos os bilhetes de barco comprados para a Irlanda e não nos podíamos atrasar.
Escócia é conhecida pelos seu belos castelos, e caramba, são mesmo muitos. Então decidimos escolher um e entrar para visitar. A nossa opção foi Glamis Castle, e valeu muito a pena a visita! Percorremos o castelo sozinhos, tevemos de aguardar para entrar por grupos e a visita é guiada, é-nos explicada a história e alguns aspectos diversos muito interessantes daquele castelo. E depois pelos jardins podemos andar à vontade e passear! Penso que fizemos uma boa opção para termos uma ideia de como são os famosos castelos escoceses.
E depois fomos até mais um daqueles monumentos que é lindo visto de fora, Dunnottar Castel. Com mais uma caminhada ao longo do castelo pela encosta/falésia, a vista sobre aquele monumento é magnífica. Ainda fomos até à entrada e subimos ao local da compra de bilhetes, mas sinceramente as ruínas são bonitas de fora, pelo aspecto geral, andar pelas ruelas tão estreitas em ruínas, a céu aberto na maioria do edifício não nos atraiu minimamente.
Passámos por mais umas ruínas bastante bonitas e imponentes, Saint Andrews. A Madalena estava a dormir e por isso apenas o Miguel e o Mário foram passear por lá um bocadinho e tirar umas fotos para a mamã ver!
E chegou a altura de dizer adeus à Escócia e irmos até à Irlanda, visitar mais uns locais bonitos e fazer uma surpresa à minha irmã que mora lá e não sabia que ia ter visitas 😉
A primeira paragem na Irlanda foi um local que o pai Mário desde criança tinha anotado num grande livro que tem em casa, da década de 80, com o título “As maravilhas do mundo”, e que queria muito visitar, a Calçada do Gigante. Para ir até lá paga-se e bem, mas é muito injusto, porque aquilo está na via pública, eles fizeram um parque de estacionamento para obrigar as pessoas a pagar o parque. Mas o senhor do parque de campismo foi mega simpático e disse que após as 19H fechava o parque e a parte do museu e que podíamos estacionar e ir a pé até lá. Então lá fomos nós, apesar dos chuviscos descemos até lá e valeu bem a pena. É realmente incrível aquele monumento de beleza natural.
E depois andámos em busca dos locais onde foram gravadas cenas da série Game Of Thrones eh eh não fossemos nós espectadores assíduos 😉
No final desta mega viagem, fomos fazer a tão esperada surpresa à minha irmã e passámos uns dias no conforto da casinha dela, com quentinho, cama boa e comida maravilhosa, passámos uns dias cheios de miminhos da família, uma óptima forma de acabar um mês de férias!
Na viagem de barco para Espanha cruzamos-nos com uma família portuguesa que andava a passear na sua auto-caravana. Através de um grupo de facebook apercebemos-nos que estaríamos no mesmo local e combinámos ponto de encontro à entrada para o barco. Desta forma tivemos companhia para ajudar a passar o tempo no barco, que era horrível, muito pequeno e sem nada para fazer! Passar ali um dia com os miúdos foi realmente um tédio. Obrigada Sérgio e Marta pela companhia nesta travessia.
Obrigado nós pela companhia e pela partilha das vossas aventuras! É engraçado que estivemos em muitos dos locais que vocês também estiveram e também fizemos muitas vezes as mesmas opções “não pagar para entrar e ver ruínas e desfrutar da vista exterior e do enquadramento por fora que é suficientemente bonito” 😉
Beijinhos e abraços e continuação de boas viagens!
Na Escócia há realmente uma beleza natural gigante e em que a visão do enquadramento é mais do que suficiente
Obrigada e igualmente Sérgio 😉 Beijinhos para todos aí em casa