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Viagem à Islândia de Bicicleta

Prólogo

No verão de 2021 queríamos fazer algo diferente, que fosse marcante para todos e saísse um pouco da nossa zona de conforto.

O Mário tinha muita vontade de fazer uma viagem de bicicleta, eu estava um pouco mais reticente, não é o meio de transporte que mais gosto, não tenho uma super relação com ele.

O Miguel com seis anos, tinha bicicleta com mudanças pela primeira vez desde Março e estava a adaptar-se lindamente a ela. A Madalena já tinha feito vários passeios no seu atrelado e sempre esteve bem, é seguro e ergonómico para ela e consegue dormir e brincar em andamento. Só se colocava a questão da resistência e de como seria uma viagem de um mês sempre a andar de bicicleta, principalmente para o Miguel e em parte para mim por ser a primeira viagem deste género, apenas o Mário já tinha tido essa experiência há uns anos atrás.

Depois de muito conversar e dada a adaptação extraordinária do Miguel à nova bicicleta, decidimos que este ano íamos mesmo viajar neste meio de transporte.  Agora só faltava escolher o destino. Pensámos em duas hipóteses, Islândia e Dinamarca. Este último seria a opção mais sensata, uma vez que o percurso seria à base de ciclovias e com excelentes infraestruturas para uma primeira viagem de bicicleta, mas não tinha, para nós, a magia de um país como a Islândia.

Porquê a Islândia?

Gostamos muito de natureza, de liberdade, de estarmos mais isolados e por isso a Islândia, que era um país que estava na nossa lista há muito tempo, apresentava-se como o destino de eleição até então. Não é de todo o único país que tem estas características que procurávamos. Mas o facto de dispor de água potável através dos rios muito abundante e ser um país europeu com todas as vantagens em termos de segurança e resgate em caso de necessidade, faz dele um local quase único para uma aventura deste género em família.

Outro ponto que abonava a favor deste destino era o facto de ser maioritariamente plano, o que numa viagem de bicicleta com um miúdo pequeno e com experiência limitada era imprescindível.

Juntando todos estes fatores, o destino estava decidido. Agora só faltava que fossem levantadas algumas medidas que estavam em vigor devido ao covid e que não nos facilitavam a vida. Só no dia 15 de Junho a Islândia deixou de exigir quarentena à chegada e foi só nesse dia que decidimos que esta viagem ia mesmo acontecer. Era mesmo verdade que íamos embarcar na maior aventura das nossas vidas em família até então.

Quando falávamos deste projeto a alguém, como sempre todos nos chamavam de loucos, mas como já estamos habituados não desmoralizámos. Decidimos que tínhamos pelo menos de treinar um pouco, mas com o dia a dia e com tudo o que temos para fazer durante a semana e fins de semana, conseguimos realizar apenas duas mini-viagens em autonomia, uma de 2 dias em Sintra e outra de 3 dias em Sesimbra.

Estas duas mini-viagens foram também importantes para verificar qual o material que estava em falta, organizar a alimentação e como a transportar, fazer uma lista das ferramentas necessárias, organizar a roupa (que tinha de ser pouca) e pensar como colocar toda a bagagem nas bicicletas.

Preparar a viagem

Tivemos de adquirir grande parte do material, como os impermeáveis e casacos de penas para os miúdos e para a mim, calçado para os miúdos (confortável, impermeável e quente), alforges, gorros e luvas para os miúdos e material de reparação para as bicicletas.

Desta vez, por ser uma aventura diferente, pensámos que poderiam haver marcas que nos quisessem apoiar de alguma forma e foi assim que a loja de desporto aventura Yupik me forneceu o casaco de penas e as refeições liofilizadas para a viagem.

Para transportar as bicicletas no avião optámos por caixas de papelão, que fomos buscar a lojas de bicicletas perto da nossa casa. Iam bem acondicionadas com os sacos cama, sacos de roupa e plásticos grossos e maleáveis.

Em relação à alimentação, dada a ausência de mercearias na zona por onde íamos andar, decidimos que tínhamos de conseguir levar de Portugal pequenos almoços, almoços e jantares para 15 dias! Levámos dois alforges só com as refeições liofilizadas, fruta desidratada, embalagens de puré, hambúrgueres de atum embalados, sumos de frutas para os miúdos e papas para o pequeno almoço.

Como já referi, levámos muito pouca roupa, duas mudas para mim e para o Mário e três mudas para os miúdos. O espaço era algo muito importante e tínhamos mesmo de nos controlar no que levávamos. Nunca imaginei viajar durante um mês com tão pouca roupa, mas lá me mentalizei e consegui escolher. A ideia era lavar durante a viagem sempre que possível.

Material check, alimentação check, roupa check, ferramentas check, forma de colocar toda a bagagem nas bicicletas check, ainda não falámos dos percursos.

Planear as rotas

Esta área é sempre da responsabilidade do Mário. E ele já andava a magicar esta ideia há algum tempo.

O objetivo era realizarmos um percurso sem estradas alcatroadas e que passasse em alguns dos locais mais emblemáticos. Também era importante que fosse um percurso sem grandes desníveis. Os acampamentos seriam quase sempre selvagens e em alguns parques de campismo por onde passávamos. Esta era uma das vantagens de se ir de bicicleta para este país. Excetuando a zona sul do país, parques naturais e zonas residenciais, os ciclistas e caminheiros podem fazer acampamento selvagem desde que cumpram as devidas regras, algo que para quem vai de jipe ou caravana já não é tão bem visto atualmente e por isso mesmo proibido.

Como não sabíamos qual a média de kms que íamos conseguir fazer por dia com o Miguel, o Mário criou vários percursos, com várias distâncias possíveis, quer a começar no sul da ilha, quer no norte. Estávamos assim prevenidos caso a média diária não fosse o esperado. A única certeza era que tínhamos de ir até ao ponto de partida de autocarro desde Reykjavik.

A navegação ficou a cargo dum mapa em papel e de um GPS, o Garmin Montana 750i, escolhido pela enorme autonomia e por já conter o Inreach, sistema de comunicação via satélite, imprescindível numa viagem deste tipo. Decisão de última hora foi um carregador solar que achámos que poderia ajudar a evitar faltas de bateria.

Agora só faltava ir. Estava mesmo a acontecer esta nossa grande aventura.

Os percursos que o Mário preparou. Sabíamos que não íamos conseguir fazer todas as possibilidades mas pelo menos estávamos preparados com alternativas caso fosse necessário.

O início da aventura

A viagem de avião correu sem percalços. Decidimos ir por uma companhia com voos separados, no nosso caso Easyjet, para diminuir o risco de perda da bagagem. O contra é que em Londres tivemos de fazer check in à bagagem novamente. Quando chegámos ao aeroporto da Islândia apanhámos logo o transfer para o parque de campismo de Reiquejavique, e este bilhete já o tínhamos comprado antecipadamente.

As caixas de transporte das bicicletas e uma mala de bagagem ficaram neste parque de campismo, tivemos de pagar claro, mas uma vez que precisávamos de três caixas, não queríamos correr o risco de não conseguir encontrar caixas de bicicletas aquando do regresso.

Só aqui é que decidimos qual o percurso que íamos realizar. Decidimos começar a sul e subir para norte. Eu queria muito ver a cascata Seljalandsfoss e só assim tínhamos essa hipótese. Para isso tínhamos de apanhar um autocarro até lá e esperar que tivesse lugar para as três bicicletas e um atrelado. Se não conseguíssemos, apanharíamos o seguinte para começar a norte.

Assim que descemos do autocarro, 15 min a andar de bicicleta e chegámos à primeira cascata, a famosa Seljalandsfoss. Foi talvez a mais marcante, pela sua grandiosidade e por permitir andar por trás da queda de água, mas todas elas são lindas à sua maneira. Ao lado ainda podemos ver a cascata Gljubafrui, não tão imponente, mas ao estar inserida dentro de uma gruta é deveras original.

As Highlands e o Strutslaug

Logo de seguida entrámos na F261, a pista que nos ia levar às Highlands e foi aqui que começou a grande aventura. Esta pista segue ao longo do rio Markarfljót, passa numa das maiores gargantas da Islândia, o Markarfljótsgljúfur, curiosamente muito pouco conhecido e termina na pista F210 ao pé do refúgio Hvanngil onde acampámos na 3ª noite. Tivemos de fazer uma subida enorme, a maior de toda a viagem, foi ela que nos deu acesso às Highlands.

Logo que entrámos na F210 tivemos uma das grandes experiências de toda a viagem, a travessia do deserto de areia preta Mælifellssandur. Para mim foi um dos auges. Não vos consigo transmitir em palavras o que senti, mas o barulho daquele silêncio enorme, o olhar em volta e só ver tudo plano, preto e ao fundo o glaciar, possa, senti-me mesmo pequenina. Os desertos são incríveis, têm um poder sobre nós indescritível, e este por ser frio e preto era bem diferente e inesquecível. Foram kms e kms sempre em frente, com aquela vista ao fundo, foi mesmo marcante.

Fizemos um pequeno desvio à pista principal para ir ver outra curiosidade, o lago quente de Strutslaug. A chegada à lagoa de água quente foi atribulada, difícil, pensámos em desistir, mas depois de dois dias a pedalar e a levar as bicicletas à mão por montes íngremes, sem marcas de percurso no chão, com o piso todo empapado devido à chuva, conseguimos chegar a um dos locais mais bonitos onde já tivemos a oportunidade de estar. O caminho foi duro mas a recompensa foi gigante. Mal chegámos os miúdos só queriam ir para dentro de água, começaram logo a despir-se enquanto o Mário montava a tenda para passarmos a noite. Queriam comprovar se era mesmo quente, e caramba, era mesmo mesmo quente. Foram horas dentro de água a brincar e nós a contemplar este cenário idílico, este cenário de tamanha felicidade e que nunca sonhámos vivê-lo. Podermos estar com os nossos filhos ali, sozinhos a viver aquele momento foi algo mágico.

Landmanalaugar

O nosso percurso ia agora para leste em direção a uma das zonas mais conhecidas da Islândia. Depois de um acampamento junto a um autocarro transformado em refúgio de pescadores num lago do rio Tungnaá, muito original diga-se, seguimos para Landmannalaugar.  Aquela zona é mesmo imponente, é impossível ficar indiferente às chamadas montanhas douradas. Tem um parque de campismo, e imensos percursos pedestres para seguir, é um ponto muito turístico. Tem também uma piscina de água quente gratuita, mas muito mais movimentada do que a outra como devem calcular. Fizemos um pequena caminhada, aproveitámos a piscina e contemplamos aquele mar de lava incrível. Ficámos mais uns dias para irmos conhecer duas crateras. Uma delas Ljótipollur, com um enorme lago dentro da cratera, é uma imagem incrível. Explicámos ao Miguel como aquele local tinha surgido e ele ficou tão fascinado por perceber. Nas viagens os miúdos aprendem muito, e estas aprendizagens acompanhadas de observação ficam muito mais presentes do que aquelas que apenas se lêem nos livros.

A caminho de Strokkur

A seguir a Landmannalaugar foi a parte do percurso que menos gostámos, por ser uma pista muito movimentada por carros e por isso com muito pó, muito mesmo. Tínhamos de parar várias vezes para limpar os olhos ou para esperar que a nuvem de pó acalmasse. Depois de passarmos pelo vulcão Hekla, onde o Mário esteve com o pai há 28 anos atrás e trouxe pedaços de lava, que na altura ainda estava quente, visitámos outra maravilha da Islândia, a cascata Háifoss, que está inserida numa garganta e é mesmo impressionante. Depois disto seguimos por uma pista que ligava esta cascata a outra ainda mais conhecida, Gullfoss. O que não sabíamos era o quão difícil para bicicletas ia ser. Dois dias e meio numa pista pedregosa, muitas vezes impossível de andar e quase sempre sozinhos e sem rede. Só vimos uma mota e um camião nestes dois dias e meio. A visita a Gullfoss era obrigatória, e percebi logo porquê. É gigantesca e com uma quantidade de água monumental.

Depois de almoçarmos ao som da cascata seguimos para o parque de campismo junto a outra maravilha super conhecida, o Geyser. Na realidade este está inactivo, mas por ser o maior dá o nome aquela zona, mas o que conseguimos ver é o Strokkur, mais pequeno, mas que fez as delícias do Miguel e da Madalena durante uma boa parte do dia. Eles adoraram aquele repuxo de água quente que vinha sem aviso.

O último deserto

Estávamos já a caminho de Reiquejavique e como tínhamos tempo e queríamos evitar a estrada, resolvemos seguir por umas pistas que iam em direção a Thingvellir o último ponto de visita que tínhamos planeado antes de Reiquejavique. E ainda bem que fizemos aquela escolha. Permitiu-nos passar por mais uma zona de deserto, diferente do outro de areia preta mas não menos espetacular, este com mais montanhas e com mais vegetação, com uma cascata incrível lá pelo meio, que tinha uma curiosidade, a água que a alimentava, nascia diretamente da parede! Nunca tínhamos visto tal coisa. Foi nesta zona onde também dormimos num refúgio de montanha, o único em toda a viagem, e os miúdos gostaram imenso desta experiência.

Thingvellir foi uma espécie de aula de geologia e História para o Miguel. Uma enorme fissura, com pequenas cascatas e lagos e onde nasceu o primeiro parlamento do mundo no ano 930 D.C. e mais tarde em 1944 a República da Islândia.

No dia seguinte fizemos o troço mais perigoso da viagem. Ir por estrada até Reiquejavique! Mas tinha de ser não havia alternativa. Ainda por cima sempre a chover nesse dia.

Epílogo

Foram 20 dias sempre a pedalar, ficámos maioritariamente em campismo selvagem, apenas 6 noites em parque de campismo (sem contar com os últimos 3dias na cidade). Foram 464km no total e cerca de 430km em pista. Fizemos muito pouca estrada e quando foi necessário não gostámos nada. Sentimo-nos desprotegidos, pouco seguros e em stress constante. Além das dificuldades dos caminhos que tomámos, tivemos que passar imensos rios, dezenas deles onde tínhamos de calçar botas de neoprene que levámos para esse efeito e passar cada bicicleta e atrelado um de cada vez. E depois os miúdos!

O que achámos mais difícil foi mesmo a alimentação. Tivemos saudades da nossa alimentação normal, sentimos um pouco o problema da pouca variedade. Algo que também nos dificultou foi que nos pontos onde esperávamos encontrar mercearias, quando lá chegámos não erammais do que umas prateleiras com chocolates, batatas fritas, arroz, e umas coca-colas. Se não tivéssemos levado comida de casa para grande parte dos dias teria sido impossível fazer esta viagem. E ainda tivemos a sorte de num dos últimos parques de campismo, que era também restaurante, a dona foi muito atenciosa connosco e vendeu-nos o seu pão para torradas, pediu a um funcionário que fosse buscar leite à cidade mais próxima que ficava a 30 km e iogurtes para os miúdos e ainda nos deu doce caseiro. São estas histórias que ficam e que tornam as viagens ainda mais especiais.

A água, como antevimos era geralmente fácil de encontrar nos vários rios que íamos atravessando. Apenas no último deserto, eu e o Mário, tivemos de a racionar durante dois dias para os miúdos não ficarem sem água dado que nos mapas não havia indício de rios e fontes por perto.

Em relação à escolha do destino, estava certa, em momento algum senti o meu frenesim de querer avançar mais e mais ou de nunca mais chegar a lado nenhum. O facto de estarmos sempre acompanhados de paisagens lindas, de ser tudo novo, tudo intenso, tudo incrivelmente bonito, nunca me senti cansada psicologicamente ao longo da viagem, o que facilitou imenso.

A Madalena esteve sempre bem no seu atrelado, adorou passear, poder brincar à vontade, brincar à chuva, atravessar rios, arranjar cavalos novos (pedras), em cada paragem.

O Miguel foi o nosso herói. Houve uma aprendizagem crescente da parte dele em relação ao cansaço psicológico, e foi notória uma evolução nesse campo. Era ele que geria a nossa progressão, ele ditava o ritmo a que viajávamos. As subidas foram o ponto fraco dele, no início quase desistia mal via a subida, no fim, quando chegava ao fim da subida dizia “olha, como vinha entretido na conversa cheguei aqui acima e nem dei conta”. Fisicamente foi muito fácil para ele, na estrada eu já tinha dificuldade em acompanhá-lo. Psicologicamente foi um trabalho que foi sendo feito, mas temos aqui um menino muito persistente e por isso mesmo foi uma prova superada para ele.

Nós pais, fisicamente não senti dificuldade, as partes de subidas e pedras estafaram-me psicologicamente, o Mário ficou cansado quando teve de empurrar a bicicleta dele na areia, não esqueçamos que a bicicleta dele pesava uns bons kilos devido à bagagem e ao atrelado e por vezes com a Madalena lá dentro, porque não a íamos tirar porque estava a dormir.

Foi a viagem das nossas vidas sem dúvida nenhuma. Arriscámos e ainda bem, foi marcante para todos como pretendíamos. A Madalena ainda fala da lava e às vezes quando anda na sua bicicleta verde diz que está a treinar para ir à Islândia. O Miguel ainda fala das auroras, das pedras vulcânicas e tenta encontrar imagens da Islândia em livros que temos cá por casa.

Texto – Ana Almeida “Mamaoverlander”

Fotografia – Mário Chan

Curiosidades da viagem

Trajeto realizado:

  • Distância percorrida: 460kms (430kms em pistas de terra e caminhos)
  • Altitude máxima: 667m
  • Altitude mínima: 0m
  • Acumulado subida: 4857m
  • Acumulado descida: 5045m
  • Nº de dias a pedalar: 20
  • Nº de noites em campismo selvagem: 14

Comida que levamos de casa:

  • 36 saquetas de refeições liofilizadas
  • 2kg de fruta desidratada
  • 3kg de Cerelac
  • 20 sumos de fruta
  • 5 saquetas de puré e de hambúrgueres de atum
  • 6 sopas Knorr
  • Bolachas, chocolates e barras de cereais

O nosso equipamento

  • 3 bicicletas montanha (Kona caldera de 2005, Kona lava Dome de 2021 e Marin 20)
  • 1 atrelado Touteterrain Singletrailer
  • 4 alforges, 2 Thule e 2 Ortlieb
  • Tenda Salewa Sierra leone III
  • Sacos de cama de penas
  • Casacos de penas
  • Impermeáveis respiráveis calças e casaco
  • Botas impermeáveis Gore-tex
  • 2 mudas de roupa Ana e Mário
  • 3 mudas de roupa Miguel e Madalena
  • Gorros e passa-montanhas
  • 2 camadas de luvas, 1 delas impermeável
  • Botas neoprene
  • 2 bilhas de gaz e 1 fogareiro
  • Tacho, pratos e talheres
  • Ferramentas e peças substituição

Equipamento navegação:

  • GPS Garmin Montana 750i
  • Inreach mini
  • Xiaomi Mi Note 10

Equipamento fotografia e filme

  • Sony A7III + Sony 16-35mm f4
  • Insta360 oneR 1 Inch
  • Xiaomi Mi Note 10
  • Drone DJI Mini 2

Outro equipamento

  • Painel solar Bigblue 28W
  • 2 Powerbanks de 26800mAh

Outras curiosidades:

  • 1 furo na bicicleta do Mário
  • 1 pedal substituído na bicicleta do Miguel

Este artigo saiu na edição nº 11 da revista Overland Portugal

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4 Comments

  1. Filipe Sobral

    Muitos parabéns pela viagem e espirito de aventura…Com certeza que essa viagem ficará para sempre na memória de todos vós. Muito obrigado pela descrição e dicas. Também espero fazer uma viagem desse género. 🙂

    • mamaoverlander

      Obrigada Filipe. Foi sem dúvida uma viagem que ficará nas nossas memórias. Obrigada nós pela companhia. Que essa viagem se concretize 😉

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